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GEO-5 foi divulgado nesta quarta-feira, 6 de junho, a poucos dias da Rio+20/Imagem: Reprodução
O acelerado crescimento da população mundial somado ao consumo desenfreado levam o planeta Terra a uma destruição "sem precedentes", alertou nesta quarta-feira, 6 de junho, o relatório Panorama Ambiental Global 5 (GEO-5), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Considerado pela comunidade científica como o principal panorama acerca do futuro do meio ambiente mundial, o documento sugere uma transformação nos rumos da humanidade, para evitar o desastre para o qual o futuro parece apontar, além de destacar a responsabilidade dos governos. Segundo o texto, compilado por mais de 600 especialistas, das 90 metas e objetivos ambientais de referência, só houve progresso significativo em quatro delas (0,225%).
"Se as estruturas atuais de produção e consumo dos recursos naturais seguem prevalecendo, e não se faz nada para reverter a tendência, os governos deverão assumir a responsabilidade de um nível de deterioração e de impacto sem precedentes no meio ambiente", advertiu o diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner.
As emissões de gases de efeito estufa podem dobrar nos próximos 50 anos, levando a um aumento na temperatura global de 3ºC ou mais até o final do século/Foto: Guy Gorek
Contudo, o relatório afirma que há esperança, e ainda é possível obter crescimento econômico favorável ao meio ambiente, apesar dos desafios da população humana crescente, expansão da urbanização e o apetite insaciável por alimentos e recursos.
Projeção sombria
De acordo com os modelos atuais, as emissões de gases de efeito estufa podem dobrar nos próximos 50 anos, levando a um aumento na temperatura global de 3ºC ou mais até o final do século. Perdas na agricultura, danos de eventos climáticos extremos e os maiores custos de saúde vão reduzir o PIB global, segundo o GEO-5. A região da Ásia-Pacífico vai contribuir com cerca de 45% das emissões de CO2 globais relacionadas à energia até 2030 e por volta de 60% das emissões globais até 2100, em um cenário normal.
Cerca de 20% das espécies de vertebrados estão ameaçadas. O risco de extinção está aumentando mais rápido para os corais do que para qualquer outro grupo de organismos vivos, com a condição dos recifes de coral declinando 38% desde 1980. Uma contração rápida nesse sentido é projetada até 2050.
O relatório também traz os seguintes dados:
Progressos destacados
Mas o GEO-5 também apresenta resultados esperançosos. A perda anual de florestas, por exemplo, caiu de 16 milhões de hectares na década de 1990 para cerca de 13 milhões de hectares entre 2000 e 2010. É o equivalente a uma área do tamanho da Inglaterra sendo derrubada anualmente.
A chinesa Xioa Yan Kou Farm, em parque eólico da GE, no país asiático/Foto: danishwindindustryassociation
China, Índia e Coreia do Sul, três dos países que mais crescem no mundo, atualmente, promovem energia renovável e eficiência energética, além de concordarem com metas voluntárias de redução de emissões, em uma virada positiva em relação a uma energia mais sustentável.
Também foi feito um progresso significativo, segundo o GEO-5, para eliminar a produção e utilização de produtos químicos que destroem a camada de ozônio, remoção do chumbo dos combustíveis, aumento do acesso a fontes melhoradas de água e mais pesquisas para reduzir a poluição do ambiente marinho.
A redução dos riscos de saúde alcançada pela eliminação progressiva dos combustíveis à base de chumbo tem benefícios econômicos estimados em US$ 2,45 trilhões por ano, ou aproximadamente 4% do PIB global. O avanço evitará milhões de casos de câncer de pele até 2050 e outros milhões de casos de catarata até 2100.
Recifes de corais estão seriamente ameaçados/Foto: Marcio Cabral de Moura
Houve progressos nas pesquisas para reduzir a contaminação dos mares, que continua, no entanto, sendo dramática e provoca, entre outras questões, uma grave deterioração dos recifes de coral.
O informe aponta pequenos progressos em 40 objetivos ambientais da ONU, por exemplo:
O crescimento demográfico e o enorme desenvolvimento de algumas economias, como a chinesa, "estão pressionando os sistemas do meio ambiente a limites desestabilizadores", pontua o documento, que também salienta que os padrões atuais de consumo, sobretudo no Ocidente, são insustentáveis. O informe convida os participantes da cúpula no Rio a mudar o destino da economia, definindo orientações para os próximos 20 anos a fim de evitar a catástrofe.
Recomendações feitas
O relatório ressalta que há necessidade de metas claras, em longo prazo, para o desenvolvimento sustentável, além de uma responsabilidade mais forte dos países nos acordos internacionais.
De acordo com o GEO-5, as metas com objetivos específicos e mensuráveis tiveram mais sucesso, como as proibições a substâncias que destroem o ozônio e o chumbo na gasolina.
O relatório também diz que é crucial para os governos colocarem um valor sobre os recursos naturais, tais como manguezais, rios e florestas e incluir isso nas contas nacionais.
"Chegou o momento de acabar com a paralisia da indecisão, reconhecer os fatos e encarar a humanidade comum que une todos os povos", cobrou Steiner. Uma melhora no cumprimento e reforço das medidas, incluindo tribunais ambientais, também é necessária, juntamente com a gestão da poluição marinha regional e melhor coleta de dados sobre poluição da água e melhores ferramentas de gerenciamento de água.
- Acesse o relatório GEO-5 na íntegra em PDF (em inglês) -
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